
Autora
Natália Alves
A inserção profissional dos diplomados do ensino superior é hoje um tema de debate quer a nível nacional quer internacional e nunca o ensino superior esteve tão intensamente sob o escrutínio das famílias, dos media, das empresas e do poder político. As famílias e os estudantes inquietam-se quanto a um futuro que se avizinha menos risonho do que o passado; os media lançam o alarme sobre o desemprego dos licenciados e acusam as Universidades de estarem a formar para o desemprego; as empresas clamam contra a desadequação da formação às suas necessidades; o poder político elege a taxa de “empregabilidade” como um dos critérios de avaliação da qualidade do ensino superior e o discurso recorrente sobre o excesso de diplomados recomeça, ainda que tenuemente, a fazer-se ouvir.
O presente livro tem como objectivo analisar os processos de inserção profissional dos diplomados da Universidade de Lisboa que concluíram a licenciatura entre 1994-1998 e 1999-2003, com base numa abordagem que concebe a inserção profissional quer como uma sucessão de posições que os licenciados vão ocupando no mercado de trabalho quer como um processo de socialização profissional e construção identitária. Os resultados obtidos mostram que os licenciados da UL foram protagonistas de cinco percursos-tipo – inserção rápida num emprego estável; inserção diferida num emprego estável; estabilidade na precariedade; inserção precária; percurso de exclusão. A estes percursos correspondem quatro formas identitárias: identidade de projecto; identidade de carreira; identidade de emprego e identidade de empresário de si.
| PREFÁCIO | 13 | |
| Rui Canário | ||
| INTRODUÇÃO | 19 | |
| PERCURSOS DE INSERÇÃO PROFISSIONAL DOS LICENCIADOS DA UL | 29 | |
| Os licenciados da UL | 30 | |
| A primo inserção dos licenciados da UL | 48 | |
| Trajectórias de inserção | 68 | |
| Percursos-tipo de inserção | 87 | |
| O MUNDO DOS PROJECTOS | 97 | |
| Enquanto me foram pagando, eu vou fazendo o que gosto e vou-me aguentando | 97 | |
| Fui eu que escolhi tudo | 120 | |
| Vejo-me numa situação que não sei o que vai ser o meu futuro aqui | 123 | |
| Mundos sócio-profissionais e formas identitárias: o mundo dos projectos | 126 | |
| O MUNDO DAS CARREIRAS | 133 | |
| Aos trinta e um anos, estou no topo da minha carreira | 133 | |
| O que eu gosto mesmo é de fazer política e não é exactamente ser jurista | 156 | |
| Investir em mim, na minha formação | 160 | |
| Não posso evoluir, não tenho estímulo, sinto-me a morrer! | 164 | |
| Mundos sócio-profissionais e formas identitárias: o mundo das carreiras | 169 | |
| O MUNDO DOS EMPREGOS | 177 | |
| Eu, basicamente, tenho estado sempre a trabalhar | 177 | |
| Não sei o que o futuro me reserva | 194 | |
| Tentamos não nos deixar adormecer | 197 | |
| Há muitas coisas que eu gosto de fazer | 201 | |
| Eu quero voltar a fazer coisas | 205 | |
| Mundos sócio-profissionais e formas identitárias: o mundo dos empregos | 209 | |
| O MUNDO DOS EMPRESÁRIOS DE SI | 217 | |
| Decidi, na altura. que nunca mais ia trabalhar assim | 217 | |
| Obter uma independência financeira e livrar-me de uma condição económica e social em que eu nasci e em que cresci | 241 | |
| Para ter alguma coisa, mato-me a trabalhar | 245 | |
| Mundos sócio-profissionais e formas identitárias: o mundo dos empresários de si | 249 | |
| PERCURSOS DE INSERÇÃO E CONSTRUÇÕES IDENTITÁRIAS | 257 | |
| A inserção profissional como uma sucessão de posições no mercado de trabalho | 257 | |
| A inserção profissional como um processo de construção identitária | 277 | |
| O MUNDO DOS | ||
| REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS | 303 | |
| ANEXO METODOLÓGICO | 315 | |
| A inserção como sucessão de posições no mercado de trabalho e a investigação quantitativa | 315 | |
| A inserção profissional como processo de socialização profissional e a investigação qualitativa | 332 | |
Ano de publicação: 2009
Colecção: Ciências da Educação
Editora: Educa | Unidade de I&D de Ciências da Educação