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COMUNIDADES DE APRENDIZAGEM PARA A INCLUSÃO EDUCATIVA

Coord. de Luís Tinoca e Ana Paula Caetano

O livro Comunidades de Aprendizagem para a Inclusão Educativa procura contribuir para o debate em torno da transformação das escolas portuguesas em espaços que promovam, de forma mais consistente, o direito a uma educação de qualidade e equitativa, ao mesmo tempo que expressa uma preocupação com os processos de desenvolvimento profissional docente orientados para práticas mais inclusivas e colaborativas. Ancorado nos quadros normativos nacionais (Decretos-Lei 54/2018 e 55/2018) e nas metas globais da Agenda 2030, o projeto LC4Inclusion, que lhe serve de base, parte do princípio de que a inclusão educativa só se concretiza quando todos os atores, docentes, alunos, famílias e comunidade, participam, em diálogo, na reflexão e revisão de práticas, currículos e modos de organização. A introdução do volume traça este enquadramento político-pedagógico, sublinhando o potencial das Comunidades de Aprendizagem (CA) para impulsionar mudanças sustentáveis, promover bem-estar e combater desigualdades de oportunidades.

A obra estrutura-se em vários estudos complementares. Um capítulo de revisão de literatura, focada em estudos que analisam as Comunidades de Aprendizagem Profissional como fatores de desenvolvimento profissional, sintetiza principais perspetivas teóricas e recomendações. Seguem-se dois capítulos relativos a um estudo extensivo e longitudinal no qual se analisam, ao longo de três momentos, as conceções e atitudes de professores e alunos sobre diversidade e educação inclusiva, articulando-as com perceções e recomendações para o desenvolvimento de estruturas, culturas e práticas mais inclusivas. Outros capítulos aprofundam as dinâmicas de CA em escolas de diferentes regiões, com destaque para oito estudos de caso, que analisam quer os mecanismos de liderança e participação, quer os dispositivos que ampliam a aprendizagem coletiva. Em convergência, os autores refletem como as CA podem fortalecer uma cultura de colaboração, reflexão crítica baseada em evidências e a abertura da escola ao território, produzindo efeitos visíveis no sucesso, na participação e no bem-estar dos alunos. Contudo, realçam que esse impacto exige condições estruturais: tempos protegidos para trabalho conjunto, apoio de redes externas, investimento na formação contínua e liderança distribuída. O livro encerra com recomendações para decisores e profissionais, desde a necessidade de alinhar políticas públicas com práticas escolares até à importância de assumir a “esperança” como escolha política ancorada em ações concretas, e lança um convite a prosseguir a investigação sobre CA como motor de inclusão educativa em contextos vulneráveis.