
Autores
Jorge Ramos do Ó
Luís Miguel Carvalho
Os dois estudos que compõem este volume sistematizam os resultados das actividades de investigação desenvolvidas no âmbito do projecto Modernidade Pedagógica: Estudos comparados Brasil – Portugal (1820-1960). Atentam na produção de modelos relacionados quer com soluções educativas e pedagógicas – enfatizando o trânsito internacional do conhecimento e os mecanismos sociais da sua circulação –, quer com o governo da população escolar, dando especial atenção aos processos discursivos que se referiram à identidade dos alunos e à necessidade da sua inspecção.
As investigações referem-se a um arco histórico assaz longo, que viu arrancar o projecto sócio-político de escolarização massiva e logo se caracterizou por uma unanimidade científico-social: o domínio da chamada psicopedagogia de base experimental, que teve como seu braço externo o chamado movimento da Educação Nova já nas primeiras décadas do século XX. O período tem como limite os anos 60, conjuntura esta caracterizada pela explosão escolar feita em consonância com a mesma lógica de modernização que fora postulada no início de Novecentos. Estamos assim perante uma articulação discursiva com fundas implicações sociais. Um mesmo modelo de escola e um mesmo regime existencial da responsabilidade, da autonomia e da satisfação pessoal do escolar passaram a circular também no espaço-tempo da lusofonia.
| INTRODUÇÃO | 9 | ||
| PARTE I – A «CRIANÇA PROBLEMA» E O SEU GOVERNO EM PORTUGAL E NO BRASIL (1880-1960): DISCURSOS E PRÁTICAS – Jorge Ramos do Ó | 15 | ||
| INTRODUÇÃO | |||
| CAPÍTULO 1 | 21 | ||
| Vinculação teórica e implicações programáticas | |||
| CAPÍTULO 2 | 37 | ||
| Variáveis estruturais do discurso psicopedagógico moderno | |||
| O processo histórico de afirmação das Ciências da Educação ou a possibilidade de conhecimento e governo individualizado da criança | 37 | ||
| Império terapêutico e emergência da criança problema | 54 | ||
| Os regimes de auto-governo do aluno | 71 | ||
| CAPÍTULO 3 | 75 | ||
| Práticas institucionais de enquadramento e governo da criança no Brasil e em Portugal entre 1880 e 1960 | |||
| Uma rede de poderes de linguagem | 75 | ||
| O tecido institucional brasileiro: da psicologia experimental à normalização terapêutica | 78 | ||
| A institucionalização da Saúde Escolar em Portugal: sentidos e limites de uma nova dinâmica de governo dos escolares | 97 | ||
| CONCLUSÃO | 143 | ||
| REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS | 147 | ||
| PARTE II – SOBRE A CIRCULAÇÃO DO CONHECIMENTO EDUCACIONAL: TRÊS INCURSÕES – Luís Miguel Carvalho | 155 | ||
| INTRODUÇÃO | 157 | ||
| CAPÍTULO 1 | 161 | ||
| Um Breve Excurso pelos Cenários Teórico e Histórico dos Estudos | |||
| CAPÍTULO 2 | 173 | ||
| Notas para um Estudo da Circulação e Estruturação do Conhecimento Educacional na Imprensa de Educação e Ensino | |||
| Cultura mundial de educação e difusão isomórfica de modelos educacionais | 175 | ||
| Da difusão de uma cultura mundial aos enlaces multidireccionais das ideias | 182 | ||
| Perspectivando um estudo histórico-comparado de periódicos educacionais | 190 | ||
| CAPÍTULO 3 | 195 | ||
| A Circulação do Esperanto Educacional: Comparando duas revistas de educação e ensino (1920-1935) – Luís Miguel Carvalho e Jaime Cordeiro | |||
| As Revistas, a formatação das práticas do professorado e o cotejo com o progresso | 198 | ||
| Os referentes das revistas: potências políticas e as potências educacionais | 214 | ||
| Da insuficiência da participação na língua portuguesa ao esperanto educacional | 223 | ||
| CAPÍTULO 4 | 237 | ||
| Atribulações de um Estrangeiro Indígena: Sobre a circulação da “Ginástica de Ling” nas primeiras décadas do século XX | |||
| “Ginástica de Ling” – um estrangeiro indígena? | 244 | ||
| Difusão e recepção activa: viagens de pessoas e textos | 246 | ||
| Recepção e deslocamento (1): a conversão da Ginástica de Ling | 251 | ||
| Recepção e deslocamento (2): a Ginástica de Ling recentrada na “modernidade ocidental” | 254 | ||
| Ginástica de Ling no Brasil – variações locais sobre um tema | 258 | ||
| REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS | |||
Ano de publicação: 2009
Colecção: Ciências da Educação
Editora: Educa | Unidade de I&D de Ciências da Educação